Nota Técnica | Espécies alternativas para a piscicultura no Rio Grande do Sul (Parte II)

Autor: Dr. Éverton Luís Zardo

Representante Técnico Puro Trato Nutrição Animal

A piscicultura no Estado do Rio Grande do Sul é marcada historicamente pela produção de carpas (carpa-capim, carpa-cabeça-grande, carpa-prateada e carpa húngara). Nos últimos anos, acompanhando uma tendência nacional e mundial, outras espécies vêm ganhando espaço, com destaque para a tilápia, que vem sendo muito utilizada no Estado tanto em sistemas de policultivo com carpas, como principalmente em sistemas de monocultivo visando atender aos frigoríficos, pesque-pague e demais mercados consumidores. No Rio Grande do Sul, boa parte da produção vem de pequenos agricultores familiares, que muitas vezes encontram dificuldades na cadeia produtiva. Desta forma, é interessante discutir alternativas aos modelos já consagrados, incluindo aí o cultivo de espécies que apresentam boa adaptação aos sistemas de cultivo, bom desempenho e boa aceitação pelo mercado consumidor.

Espécies Onívoras

Jundiá (Rhamdia quelen):  Espécie de hábito alimentar onívoro com tendência à carnivoria. Boa aceitação entre os consumidores em função da carne saborosa e ausência de espinhos intramusculares. Pode ser utilizada em policultivo com outras espécies carnívoras, onívoras e filtradoras, incluindo carpas e tilápias. Nas fases iniciais é recomendada a utilização de rações com teores mais elevados de proteína (36%), porém nas fases finais suas exigências nutricionais em relação à proteína vão reduzindo e é possível obter bons resultados com ração com 28% de Proteína Bruta. Em função de sua alta exigência por proteína, também pode ser utilizada a Puro Trato Tilápia Terminação nas fases de engorda e terminação.

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Piava (Leporinus spp.): Espécie muito bem aceita em função da qualidade de sua carne e em pesque-pague. Tem como principal característica a baixa rusticidade, sendo necessária a manutenção de água de qualidade para permitir sua sobrevivência. Esta característica faz com que seja considerada um indicador ambiental, ou seja, sua sobrevivência em determinado ambiente serve como parâmetro para estimar a qualidade daquele ambiente. É considerada uma espécie onívora, portanto aceita bem rações comerciais com baixo teor de proteína (28%) e ingredientes de origem vegetal, podendo ser utilizada também em sistemas de policultivo.

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Pacu (Piaractus mesopotamicus): Espécie de alto valor comercial e boa aceitação em função da qualidade de sua carne. Muito utilizada também em pesque-pague. Pode ser utilizada em policultivo, porém resultados melhores são obtidos quando utilizada em monocultivo. Trata-se de uma espécie onívora que apresenta bom desempenho com rações comerciais com teor de Proteína de 28% na fase de engorda e terminação. Aceita bem ingredientes de origem animal e vegetal.

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